terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ontem, a revolução do computador. Hoje, o encanto do iPad





21/01/2011
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/acervo-digital/tecnologia/ontem-a-revolucao-do-computador-hoje-o-encanto-do-ipad/

Primeiro foram os notebooks, então os netbooks e os smartphones. Resultado, o bom e velho PC de mesa está ficando cada vez mais esquecido em seu canto nas casas brasileiras – assim como no restante do planeta. E o uso do desktop promete ficar cada vez menor com a popularização dos tablets – um misto de notebook, leitor de livros digitais e terminal móvel de acesso à internet -, sobretudo com a chegada ao país do revolucionário iPad, da Apple. A seguir, as revoluções que o computador e o iPad provocaram no Brasil:

Em VEJA de 7/4/1993: Computador – você ainda vai ter um
Chegou a hora de mudar o disco para quem passou os últimos anos se perguntando se precisava mesmo comprar um computador. A pergunta que muita gente anda se fazendo agora é outra: “Que tipo de computador devo comprar?”. Não saber usar um computador e não ter um está-se tornando um transtorno de proporções maiores no Brasil. Em muitas empresas, currículos feitos no computador dão vantagens de saída ao candidato. A revolução dos computadores pessoais chegou com dez anos de atraso ao Brasil. Mas eles chegaram, e vão ficar: estão nos escritórios das grandes empresas, nos bancos, nos consultórios médicos, nas escolas, nos estúdios de arquitetos, nas bancas de advocacia.

É bom se preparar. Cedo ou tarde você vai se ver pressionado a gastar um bom dinheiro para ter uma máquina que os fabricantes dizem que pensa mais rápido do que você. A primeira recomendação que os especialistas fazem é que se escolham antes de mais nada os programas e depois o computador capaz de trabalhar com eles. Se o objetivo for substituir a máquina de escrever, o computador deve ser equipado com um programa que se chama processador de texto. Os mais caros oferecem até 300 tipos de letra, que vão do gótico arcaico. Não há na história do computador um único usuário não profissional que tenha esgotado todos os recursos do mais simples e mais barato desses programas.


Em VEJA de 8/12/2010: Ele existe! – iPad da Apple – Feliz iNatal!
O iPad é especial por ser uma daquelas raras soluções para problemas que não existem; por não se saber que ele é indispensável até manuseá-lo; por ser uma obra de arte ao mesmo tempo simples e engenhosa. No início do ano, quando Steve Jobs apresentou o produto, muita gente torceu o nariz com desconfiança. À primeira vista, a Apple tinha pegado o computador, retirado o teclado e esmagado a CPU até deixá-la achatada como um livro. Bastou experimentá-lo para que a desconfiança desse lugar à empolgação. Sua interface é tão intuitiva e a tela tão sensível – navega-se com a ponta dos dedos em lugar de utilizar o teclado (só tem o virtual) ou o mouse (não precisa) – que ao usá-lo se entende perfeitamente por que essa maquininha está mudando tudo o que se esperava de um computador.

A Apple eliminou toda a parafernália que causa dor de cabeça e confusão em quem usa computadores tradicionais. O iPad utiliza o mesmo sistema operacional do iPhone, o que torna seu uso extremamente simples e intuitivo. Pesa 730 gramas (um notebook pesa, em média, o triplo) e sua espessura é de apenas 1,3 centímetro. Ainda assim, o tablet da Apple está longe de contar com todos os recursos que as pessoas gostam de ter em seus aparelhos eletrônicos. O que ele não tem: câmera fotográfica, leitor de CDs ou cartões de memória, entrada USB. Não roda aplicações em Flash, o software-padrão dos vídeos na internet. Por fim, chega às lojas com o preço apimentado pelo custo Brasil. Com o que se paga aqui (entre 1 650 e 2 600 reais) é possível comprar dois iPads nos Estados Unidos.

Em vez de isolar, redes sociais estão nos tornando 'hipersociais', diz pesquisador


Por PC World/US
Publicada em 20 de janeiro de 2011
Fonte: http://idgnow.uol.com.br/internet/2011/01/19/em-vez-de-isolar-redes-sociais-estao-nos-tornando-hipersociais-diz-pesquisador/

No entanto, alerta que escolas, por estarem presas a métodos de ensino defasados, não ensinam aos jovens como se comportar em ambientes online.

A mídia social não está nos isolando à medida que nos cercamos de notebooks, smartphone e tablets; em vez disso, estamos ficando “hipersociais” em nosso altamente povoado universo digital, afirma o pesquisador Craig Watkins. No lugar de nos reunirmos para jogar boliche, como era moda na década de 50, usamos o Wii para desafiar pessoas do mundo inteiro.

O autor de The Yong and The Digital (O Jovem e o Digital), livro que versa sobre as pessoas que já nasceram em meio à revolução da Internet, conversou justamente com essa geração, durante palestra na Universidade de Western Washington, nos Estados Unidos.

Watkins rejeita a teoria de que a tecnologia aumenta nossa solidão, argumentando que os games multiplayers ajudam a cultivar amizades distantes e que o Facebook permite que amigos que se mudam para outras cidades não percam contato com os antigos conhecidos. “Não há lugar em que não possamos nos conectar com a rede e com entes queridos”, afirma.

Além disso, para pessoas com idade entre 18 e 25 anos, os “nativos digitais”, a Internet é indispensável para construir relações e se comunicar, defendeu, frente a uma platéia nada surpresa. Ironicamente, aqueles jovens que rejeitam aspectos desta modernidade, não aderindo ao Facebook, por exemplo, podem se sentir isolados de seus pares. “É uma alienação perigosa. É pela mídia digital que os jovens planejam seus dias, vivem suas vidas. Se você não faz parte desse mundo, está desconectado. É como uma obrigação para essa geração”.

Alguns, no entanto, estão ficando mais reticentes quanto a suas personas virtuais, observou. Mantêm, assim, duas páginas nas redes sociais: uma para possíveis empregadores, outra para amigos e conhecidos.

Mudança social
Watkins cita estatísticas interessantes. O Facebook possui mais de 600 milhões de usuários que gastam 700 bilhões de minutos por mês na plataforma. É de se esperar, portanto, que a maioria dos membros estejam na faixa etária de 18 a 25 anos. Ainda assim, esta média tende a aumentar já que os “baby boomers” – aqueles nascidos após a Segunda Grande Guerra – também estão criando seus perfis no portal. Outra questão intrigante é que as minorias (negros e latinos, por exemplo) usam mais os dispositivos móveis para atualizar suas contas do que os brancos americanos.

Em um futuro próximo, o autor aposta que o acesso por smartphones e tablets será predominante entre crianças entre 10 e 15 anos. Atualmente, 75% dos jovens com idade entre 18 e 25 anos possuem um celular, ante 66% em 2007.

A preocupação do especialista, no entanto, é em relação aos métodos de ensino. Muitos estudantes usam ferramentas digitais e o melhor seria ensiná-los a usá-las com ética, em vez de bani-las do meio escolar.

“Nossas crianças estão mudando, mas, e nossas escolas?”, questiona. “Elas já estão no século 21, mas nossas salas ainda funcionam à maneira dos séculos 19 e 20”. Precisamos correr, avisa, pois nos estamos próximo de um tempo em que as crianças criarão seus perfis por conta própria, sem a ajuda dos pais. Algumas, com apenas três anos, já sabem usar a Internet e as escolas devem estar preparadas para quando elas chegaram ao pré.

As redes sociais têm encorajado as crianças a escreverem mais – o que é positivo – mas, alerta Watkins, elas acabam ficando muito acostumadas a um certo estilo de texto e têm dificuldades na hora de passar para a prosa tradicional, o que pode se tornar um grande problema.

Outra questão é que não deverá demorar muito para que o vício em Internet seja declarado um transtorno social.

Próximos passos
Watkins, que estuda mídia social há seis anos, está começando uma pesquisa em que pretende acompanhar a evolução das plataformas online, principalmente quanto às consequências demográficas e possíveis malefícios á saúde.

Ele está consciente de que, até a pesquisa ser concluída, muita coisa pode mudar. O MySpace – uma vez o rei das redes sociais – foi abandonado rapidamente pelos usuários que pensavam que o Facebook lhes oferecia maior controle sobre as informações compartilhadas. “Agora, o Facebook parece estar virando as costas para isso”, disse, relembrando as reclamações quanto aos problemas de privacidade que a rede possui e que ainda não foram sanados.
(Peggy Watt)