terça-feira, 27 de setembro de 2011

Tablets fabricados no Brasil: os preços serão, realmente, mais baixos?

Tablets: muita gente quer um. O problema é o preço... e um dos vilões da conta é a carga de impostos no Brasil.



Para tentar mudar um pouco a situação e popularizar os aparelhos, o governo incluiu os tablets na chamada Lei do Bem, que isenta ou diminui a incidência de dois impostos: PIS e Cofins – os computadores convencionais, por exemplo, só caíram de preço por aqui depois dessa lei. Para o governo, com esse incentivo fiscal, os preços dos tablets produzidos em território nacional deveriam cair, em média, 40%. Mas, os fabricantes dizem que a história não é bem assim...

Nelson Scarpin, diretor geral da Semp Toshiba explica: "Quando você tem um produto importado, por não ter uma fábrica aqui, não há a necessidade de fabricação e você deixa de ter os custos disso. Então, o produto vem pronto e você faz a distribuição. Com a redução da carga tributária, que é um grande benefício, isso totaliza 37%, se somados todos os impostos em cascata. Mas, não podemos esquecer que haverão outro custos associados como, por exemplo, os de fabricação do equipamento", completa.

A Semp Toshiba lançou seu produto há quatro meses. Após a aprovação do incentivo fiscal, baixou o preço dos tablets em quase 30%. O modelo, que custava R$1400, hoje é vendido por R$1000. Um outro aparelho, de uma marca concorrente, lançado em maio, custava 2000 reais e hoje sai por algo em torno de R$1600.

"Naquele momento, em abril, tínhamos a expectativa que essa mudança na lei já fosse acontecer naquele momento, mas acabou por acontecer no início de agosto. Mas nós apostamos que a Lei do Bem seria aprovada, que seria implementada no Brasil e já começamos a produzir e comercializar com um preço mais agressivo do que faríamos se a lei não estivesse em discussão. Assim que a mudança na tributação foi efetivada, no início da 2ª semana de agosto, nós já reduzimos os preços dos tablets", diz Rodrigo Vidigal, diretor de marketing da Motorola Mobility.

Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, 6 empresas já produzem tablets no Brasil: entre elas estão a Samsung, Motorola, Semp Toshiba, Positivo e Aix. O preço dos produtos feitos aqui é praticamente o mesmo dos importados. Por enquanto, a redução de impostos só foi decisiva para que os tablets começassem a ser produzidos por aqui.

Além do preço, o Brasil precisa vencer mais uma barreira para uma disseminação maior dos tablets: a banda larga e a conexão via rede 3G.

Quem sabe, os "prometidos" 40% de redução ainda cheguem para o consumidor. Mas, os fabricantes dizem que isso só deve acontecer a partir do crescimento das vendas...

Scarpin ainda diz que hoje, o volume total de tablets esperados para o Brasil é na ordem de 400 mil unidades, enquanto, no caso do notebook, se fala em cerca de 8 mihões. "Não tenho dúvida que, com a penetração desse novo equipamento em empresas, universidades, segmento estudantil e comércios, como uma solução corporativa, e até mesmo para os usuários domésticos, será ganhada escala. Com isso, poderemos converter esse benefício em preço para o consumidor", diz.

A Apple, com o iPad, segue líder absoluta. E o super famoso tablet deve ser fabricado por aqui também. Seremos, provavelmente, o primeiro país a produzir o aparelho fora da China. Essa semana, o ministro Aloizio Mercadante afirmou que a fábrica que vai produzir os iPads já está pronta para ser inaugurada. Com isso os iPads feitos no Brasil vão chegar ao mercado ainda esse ano, antes do Natal. A partir dessa mudança, o modelo mais simples do iPad, que hoje é vendido a R$1649, pode passar a custar algo perto dos R$1055.
Quem sabe, com a chegada do iPad mais barato, os outros concorrentes também não se vejam forçados a baixar seus preços.... por enquanto, eles apostam em funcionalidades que o iPad não oferece.


Fonte: http://olhardigital.uol.com.br/produtos/central_de_videos/tablets_fabricados_no_brasil_os_precos_serao_realmente_mais_baixos

Mesmo sem possuir computador, 93% dos brasileiros têm acesso à internet


A Intel acaba de divulgar os resultados de uma pesquisa, realizada pela Ipsos Brasil, sobre a penetração de computadores e internet nos lares brasileiros. O estudo mostrou que 58% das casas nas regiões metropolitanas do Brasil possuem computadores, com uma presença ainda muito forte dos desktops.

Segundo a pesquisa, 56% das moradias possuem pelo menos um desktop, e 15% possuem pelo menos um notebook. A penetração de notebooks é mais expressiva no Distrito Federal, onde o dispositivo está presente em 25% dos lares.

O brasileiro também começa a seguir a tendência mundial de individualização do PC: hoje, 19% dos lares têm mais de um computador. Em pelo menos 9% das casas, o desktop e o notebook coexistem: o primeiro como o "computador da família", compartilhado, e o segundo como o computador pessoal de um dos moradores.

O estudo ainda descobriu que apenas 12% dos desktops nos lares são considerados de uso individual e, no caso dos notebooks, esse percentual sobe para 46%. Em todo o Brasil, o notebook está fortemente concentrado na classe A (47% dos lares) e B (23% dos lares). Já nas classes C e D, o desktop marca presença de modo mais expressivo: 56% dos lares possuem pelo menos um computador e, na classe D, 22% das moradias possuem um desktop.

Um total de 58% dos usuários de notebook também têm pelo menos um desktop e, entre as pessoas que possuem um netbook, 36% também têm um notebook no lar. Mesmo nas classes C e D, a presença de mais de um computador em casa alcança os percentuais de 7% e 4%, respectivamente. Em média, o brasileiro considera que apenas um computador não é suficiente para o lar. Em todas as regiões e classes sociais, a opinião média é de que o número ideal de computadores dentro do lar é acima de um.

A pesquisa ainda mostra que a internet já é um hábito amplamente disseminado nas regiões metropolitanas pesquisadas, mesmo nos lares que não possuem computador. Entre as pessoas que não possuem máquinas, 93% acessam a internet regularmente. Já 63% dos proprietários de computadores declararam acessar a internet diariamente, enquanto apenas 23% dos que não possuem computador o fazem. O acesso à internet faz parte do dia a dia de 99% da classe A, 97% da classe B, 96% da C e 88% da D.

As entrevistas foram realizada em 16 regiões metropolitanas de destaque no país - São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campinas, Votorantim, Curitiba, Porto Alegre, Balneário Camboriú, Brasília, Goiânia, Fortaleza, Salvador, Recife, Petrolina, Sobral e Belém -, cidades que agregam o equivalente a 35% da população brasileira e cerca de 50% do PIB nacional. Participaram 2500 usuários de computadores das classes sociais ABCD com idades entre 16 e 65 anos.

Fonte: http://olhardigital.uol.com.br/produtos/digital_news/noticias/mesmo_sem_possuir_computador_93_dos_brasileiros_tem_acesso_a_internet

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Lousas eletrônicas nas escolas de todo país


Uma das novidades tecnológicas que o MEC planeja levar às escolas de todo o Brasil é a lousa eletrônica – composta de uma caneta e um receptor, que devem ser acoplados ao projetor Proinfo (equipamento com computador e projetor ofertado pelo MEC aos estados e municípios). O registro foi feito pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá, nesta quinta ( 22 ) durante pronunciamento no plenário do Senado.

Segundo Jucá, além da lousa eletrônica, o leitor em braile também fará parte dos equipamentos tecnológicos que o MEC pretende instalar em todas escolas brasileiras. A lousa eletrônica está em processo de licitação para compra no FNDE.

- Tanto a lousa quanto o leitor em braile são equipamentos que irão contribuir substancialmente com a melhoria do ensino brasileiro; pois facilitam a vida do professor e dos alunos . Sem dúvida vou trabalhar para levar estas facilidades tecnológicas para Roraima – disse Romero Jucá.

O protótipo do leitor em braile, permitirá que alunos com deficiência visual escrevam e ao mesmo tempo ouçam o que escrevem. A ferramenta tem uma câmera digital que captura as imagens de um livro ou jornal, por exemplo, e transforma a imagem em texto em braile, gerando o áudio correspondente. Por meio de um visor, o professor poderá acompanhar o trabalho do estudante. O protótipo, desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), está em fase de testes e deve estar pronto em seis meses.

Novo modelo de compras economiza recursos e permite mais investimento nas escolas públicas

Jucá também elogiou durante seu pronunciamento no Senado, o novo modelo de compras adotado pelo MEC que permitiu economizar em dois anos, R$ 866 milhões na compra de equipamentos para escolas.

O orçamento do Ministério da Educação (MEC) passou de R$ 19 bilhões em 2003 para R$ 62 bilhões em 2010, com um empenho em tornar o uso dos recursos mais eficiente. O modelo de aquisições adotado pelo MEC e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) possibilitou economia de R$ 866 milhões de recursos públicos em dois anos.

O resultado das compras também beneficia estados e municípios, que podem adquirir os produtos por meio da adesão aos pregões eletrônicos de registro de preços feitos pela FNDE. Esse método tem sido adotado para a compra de uma gama variada de produtos, de uniformes e bicicletas escolares a computadores, livros e laboratórios do programa e-Tec, que oferece ensino técnico a distância.

O poder de compra em escala do Estado é usado para diminuir o preço e influencia a política industrial. O MEC compra para quase 60 milhões de pessoas: 50 milhões de alunos da escola básica, mais de seis milhões na educação superior e cerca de quatro milhões de profissionais de educação.

Modelo – O modelo de compras da área educacional se baseia na medição dos indicadores da rede de educação pública. Após analisar esses dados, são traçados os critérios de atendimento dessa rede. O planejamento das compras é, então, debatido em audiências públicas, para melhor especificação dos produtos. Em seguida é feito um estudo do mercado fornecedor para a definição do formato do pregão. “Além da uniformidade dos procedimentos, da padronização dos produtos e serviços, da racionalização dos processos e da redução dos custos operacionais, o modelo permite ganho em função da economia de escala, controle mais eficiente dos gastos, transparência e celeridade”, explica o secretário executivo do MEC, José Henrique Paim.

Fonte: MEC

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A Cultura da Midia – Douglas Kellner (livro)


A função desempenhada pelas mídias na sempre mutante circunstância contemporânea demanda a utilização de métodos e reflexões analíticas cada vez mais rigorosas. É nesse dilema e nessa postura crítica que se coloca Douglas Kellner, em A cultura da mídia – estudos culturais: identidade e política entre o moderno e o pós-moderno, obra na qual disponibiliza um panorama da cultura da mídia, com destaque para seus mecanismos e técnicas manipulativas de impor normas de pensamento, de ser, de sonhar e de se colocar frente a certos comportamentos. É como se a população – ou as massas – fosse um bando de fantoches.

Download pdf: http://www.mediafire.com/?6ofltpyfw6livcy

sábado, 10 de setembro de 2011

A sala de aula desconectada


Por Silvio Meira

Trinta anos depois do primeiro PC, só 7% dos coordenadores pedagógicos das escolas brasileiras acreditam que seus professores sabem preparar uma apresentação em PowerPoint. Há 15 anos na era das redes, só 20% dos professores dizem estar na web, a partir da escola, quase todos os dias. Tal estado de coisas só não é mais preocupante porque 69% dos professores com menos de 30 anos revelam estar na rede a partir de casa, todo dia ou quase, realizando atividades associadas ao seu papel na escola.

Os dados são da pesquisa sobre as TICs (tecnologias da informação e comunicação) nas escolas, empresas e domicílios, publicada pelo CGI.br (Comitê Gestor da Internet brasileira) – ver o link bit.ly/ra829Z.

Você poderia dizer que o papel dos professores, na escola, é “dar aulas”. Mas não, não é. O principal papel dos professores, em todos os níveis, é conduzir processos de criação de oportunidades de aprendizado. E isso pode ser feito de muitas formas, entre as quais a aula. Mas a aula à qual estamos acostumados – normalmente a explanação de um texto conhecido, quando não a repetição pura e simples, na escola, do material que os alunos poderiam ter lido em casa para discutir em sala – já deveria ter sido proibida há décadas.

Tecnologias não são uma raridade exótica para alunos

Talvez “proibida” seja muito forte neste contexto. Mas você já imaginou a quantidade de tempo e de gente que se perde, mundo afora, ouvindo o professor recitar, e muitas vezes mal, um texto que poderia ser lido antes da aula, especialmente pelos maiores, para um debate em sala? Será que o processo de aprendizado mudaria significativamente se todos os professores soubessem preparar e realizar uma apresentação em PowerPoint, talvez resultado de terem mais acesso à internet na escola? Não necessariamente, até porque o domínio da tecnologia para expressar o conteúdo não significa domínio do conteúdo.

E estamos cansados de saber que um dos maiores problemas dos professores dos primeiros níveis de ensino é sua formação, em cursos de pedagogia que, se têm pouco a ver com as necessidades reais das escolas, estão quase sempre abaixo da crítica no que tange à qualidade de seu próprio processo educacional. Ainda por cima, de que adiantaria preparar uma apresentação computacional, gráfica e interativa, se apenas 4% das salas de aula têm um PC para apresentá-la?

Ocorre que as tecnologias de informação e comunicação não podem mais ser ignoradas no processo de aprendizado, até porque são parte da linguagem dos aprendizes. Internet, redes sociais, jogos digitais, smartphones não são uma raridade exótica na realidade dos alunos. Mais de 85% das residências têm celular, 35% têm computador, 31% estão ligadas à internet.

Um país que quer estar “no futuro”

A sala de aula, coitada, está desconectada. Entre os 44% dos brasileiros que usam computadores com alguma frequência, 50% sabem usar uma planilha e manipular som e imagem e, surpreendentemente, 18% têm alguma competência em programação. Aí é que a escola, os professores e a sala de aula ficaram, em termos de competências em TICs, muito atrás da média da população. O que quer dizer, também e auspiciosamente, que as oportunidades de aprendizado pularam o muro da escola e foram para a rua, onde estão situadas, do ponto de vista das TICs, mais competências do que no sistema educacional.

Isso é bom porque indica que pessoas e empresas não estão dependendo só da escola e de sua dinâmica para aprender, o que realmente deveria ser o caso em uma sociedade “em rede”, de informação e conhecimento. Mas quer dizer também que a escola é quase irrelevante para o aprendizado de um vasto conjunto de fundamentos e de técnicas que são essenciais no trabalho e na vida de qualquer um, hoje e no futuro, qualquer futuro.

O estudo do CGI.br aponta problemas antigos, crônicos e diagnosticados há anos, que já poderiam ter sido tratados de múltiplas formas, se o sistema educacional tivesse a prioridade que deveria ter em um país que, se no passado era “do futuro”, quer, no presente, estar “no futuro”.

Fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/-a-sala-de-aula-desconectada