sábado, 3 de dezembro de 2011

Qual o seu grau de dependência da tecnologia? Faça o teste!


Conheça uma exposição que dá dicas para evitar o estresse causado pelo excesso de informação e faça um teste para saber o seu nível de dependência tecnológica.

por Stephanie Kohn

Você sabe quanta informação o ser humano consegue processar por dia? Segundo o Museu da Comunicação de Berna (Suíça), com a ajuda da tecnologia, os humanos recebem sete exabytes de dados a cada 24 horas. Isso representa cerca de 959 bilhões de fotos em alta resolução (6 MB por foto) ou 12 mil livros. Ainda de acordo com o museu, durante o período de um clique, 20 milhões de emails são enviados e, a cada segundo, 200 mil mensagens de textos são escritas. Absurdo, não é?

Com essa quantidade de dados atropelando nosso cérebro em um período tão curto de tempo, não há quem não fique estressado. E foi pensando justamente nesse estresse causado pela vida moderna que o museu suíço resolveu criar uma exposição para ajudar as pessoas a se desintoxicar desse mundo de informação e, conseqüentemente, da tecnologia.

A exposição, chamada de "Attention: communiquer nuit" ("Cuidado: comunicar é perigoso", em português), funciona como uma espécie de clínica, onde os "pacientes" podem testar o seu grau de dependência da tecnologia e receber um "tratamento" e conselhos de como voltar a se comunicar de uma forma menos compulsiva.

"Hoje em dia somos bombardeados de informações e temos acesso privilegiado a todos os tipos de mídia e novas tecnologias, mas somos muitas vezes submergidos por essa abundância. Transformamo-nos em escravos da comunicação ou das mídias de informação", explica a diretora do museu, Jacqueline Strauss.

A escravidão, como menciona a diretora, pode ser uma característica típica do vício da internet, segundo a psicóloga especialista em internet, Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisa de Psicologia em Informática da PUC/SP. De acordo com ela, o vício é caracterizado não pelo tempo de uso da tecnologia, mas pela uso que se faz da tecnologia. “Uma pessoa que deixa de comer, sair ou dormir está viciada. Ela perde rendimento no trabalho ou escola devido ao cansaço gerado pela conexão", diz a psicóloga. "Também é comum que o viciado só fale sobre internet e até sonhe com coisas relacionadas à tecnologia", completa.

Para avaliar o grau de dependência das pessoas, o museu desenvolveu um teste que fica logo na entrada da exposição. O visitante só pode entrar no espaço se passar por ele. Quem não sofre de estresse e tem pouca dependência vai direto para a porta verde e sai ileso da clínica, direto para o local da exposição. Já os demais casos passam pelas portas amarela, laranja e, a pior de todas: vermelha, onde encontra-se um “tratamento de choque”. Atrás dessa porta, o visitante precisa permanecer certo tempo totalmente desconectado - sem celular, computador ou MP3 player – apenas estendido em puffs e acompanhados por uma voz feminina que lhes convida a fechar os olhos e parar de pensar.

Já dentro da exposição, o museu recomenda alguns exercícios de relaxamento como empilhar pedras, caminhar ou usar brinquedos de concentração. Luciana também dá outras dicas para se "desintoxicar" da tecnologia: procurar atividades reais que não envolvam nenhum aparelho eletrônico e que exijam a companhia de amigos ou familiares. "É preciso sair efetivamente com as pessoas e aproveitar unicamente esses encontros reais, sem fazer outras coisas ao mesmo tempo como usar a internet no celular", comenta.

Outro conselho simples que pode dar resultado é se perguntar: porque preciso estar conectado o tempo todo? O que estou ganhando com isso? Assim, a pessoa toma consciência de que seu tempo pode estar sendo desperdiçado na internet sem a menor necessidade. "A pessoa se vicia na tecnologia porque tem alguma coisa errada ou a incomodando na sua vida pessoal. Por isso que, quando ela descobre o motivo, fica mais fácil parar e até perder o interesse", diz. Luciana ainda comenta que, diferente de outros vícios como drogas ou alcoolismo, o vício da tecnologia não precisa que o dependente pare de usar os aparelhos, até porque isso é complicado, uma vez que a internet está muito presente em nossas vidas. "A pessoa precisa apenas tomar consciência de que o uso está sendo exagerado e que ela pode sentir prazer fazendo outras coisas", conclui.

Aqueles que querem uma ajudinha extra para fazer a desintoxicação digital, podem contar com um Instituto de Psiquiatria especializado em dependência de internet. Eles oferecem atendimento à população, orientação e pesquisa de novas terapias que tratem de pacientes que desenvolveram alguma forma de dependência tecnológica. No site é possível ler artigos sobre o assunto, conhecer os tratamentos e entrar em contato com os psicólogos ou psiquiatras da equipe.

Além disso, existem hotéis nos Estados Unidos que já trazem pacotes que impõem limites à conexão virtual. A proposta é que os hóspedes esqueçam seus smartphones, tablets e computadores, e aproveitem os momentos de descanso livres da tecnologia. Para conhecer estes paraísos totalmente analógicos, visite os sites do Lake Placid Lodge (Nova York) e Quincy (Washington).

Quer saber qual o seu grau de dependência da tecnologia? Faça o teste que elaboramos e descubra se você está precisando de uma desintoxicação. E mais abaixo, confira algumas fotos da exposição do Museu da Comunicação de Berna.

Teste: você é viciado em tecnologia? Responda as 10 perguntas abaixo e descubra:

1/10) - Qual é a primeira coisa que você faz quando acorda?

A) Checo meus emails ou redes sociais do celular mesmo, direto da cama

B) Tomo banho, café e só vejo meus emails quando chego no trabalho

C) Me arrumo e vou pro computador verificar minha vida online

2/10) - Quando você está no meio de um jantar e o celular toca (seja chamadas de voz ou alertas de emails ou redes sociais), o que você faz?

A) Nem ligo. Espero para ver a hora que estiver tranqüilo

B) Peço licença e atendo o celular ou checo as notificações

C) Nem preciso pedir licença, meu celular já estava na minha mão antes mesmo de tocar

3/10) - No aniversário de seu super amigo, você...

A) Envia uma mensagem no Facebook ou manda um email

B) Liga para ele

C) Liga para ele e combina de encontrá-lo mais tarde

4/10) - Alguém já reclamou que você passa muito tempo na internet, seja no smartphone ou computador?

A) Algumas vezes, mas a reclamação tinha um tom de brincadeira

B) Sim, minha família e amigos vivem dizendo que eu não me desconecto nunca

C) Não, eu não tenho costume de ficar na internet quando estou com outras pessoas ao lado

5/10) - Quanto tempo você fica conectado fazendo coisas pessoas como acessando rede sociais ou em instant messengers?

A) Fico o dia todo no trabalho, mas em casa eu procuro me desconectar

B) Fico o dia todo, seja em casa ou no trabalho

C) Pouco. No trabalho só faço coisas relacionadas às minhas tarefas

6/10) - Você já se atrasou para algum evento social, porque estava na internet?

A) Sim, várias vezes.

B) Eu sempre priorizo minha vida social.

C) Sim, algumas vezes, porque tive que enviar um email importante ou checar o endereço na internet.

7/10) - Quando você fica sem conexão, seja no celular ou trabalho, como você se sente?

A) Fico tranqüilo e até gosto de ficar um pouco desconectado

B) Entro em pânico. Tenho a sensação de que vou perder várias coisas que estão rolando na internet

C) Fico um pouco preocupado, porque algumas pessoas podem estar me procurando, mas, checo minhas redes sociais e emails depois

8/10) - Você já deixou de fazer alguma tarefa da escola/faculdade/trabalho, porque perdeu tempo fazendo outras coisas na internet?

A) Não, sempre cumpro minhas tarefas

B) Sim, mas não foi porque fiquei na internet e sim porque eu não estava com vontade de fazer

C) Sim, isso acontece com freqüência

9/10) - Ultimamente seus assuntos giram em torno da tecnologia como celulares, redes sociais, computadores e internet?

A) Sim, eu vivo falando de tecnologia, porque adoro

B) Não, tem muitos outros assuntos que me interessam

C) Falo bastante sobre isso, mas, na maioria das vezes, acabo caindo em outros assuntos além desses

10/10) - Você costuma sonhar que está conectado seja no smartphone ou computador?

A) Já sonhei algumas vezes, mas nada que me chamou atenção

B) Sim, tenho tido esse tipo de sonho com bastante freqüência

C) Não que eu me lembre

Procure o resultado de seu teste na fonte: http://olhardigital.uol.com.br/produtos/digital_news/noticias/qual-o-seu-grau-de-dependencia-da-tecnologia

Nenhum comentário: