quarta-feira, 14 de maio de 2014

Habilidades socioemocionais: o novo desafio das startups educativas

Na 12ª edição do GEduc, os palestrantes Carlos Souza, CEO e cofundador do portal Veduca e o Prof. Ms. Claudio Sassaki, Sócio-fundador da Geekie, duas startups de tecnologia que investem em novas plataformas de ensino afirmaram que o grande desafio é pensar como as plataformas educativas podem avaliar, ajudar e dar suporte para o profissional trabalhar as competências exigidas pelo mercado de trabalho.

Durante o evento o professor Claudio Sassaki foi categórico: “as plataformas podem ajudar a resolver o problema se trabalharem em conjunto com as instituições do mercado”. Segundo ele“habilidades profissionais vão virar mainstream” e a própria Geekie estuda parceria com o Instituto Ayrton Senna, visando desenvolver essas habilidades, agora pedidas pelo mercado.

O Veduca não fica atrás. Carlos Souza contou que o projeto piloto da startup é elaborar um curso colaborativo em que é impossível o aluno aprender e trabalhar sozinho. “No projeto será desenvolvido um edifício, por exemplo, nele estarão envolvidos arquitetos, engenheiros e outros profissionais que terão que trabalhar juntos para concluir o curso”, diz.

Os empreendedores destacaram que o diferencial de suas plataformas está no fato de focarem em tecnologia de inovação, adaptando-se as necessidades do mercado, com resultados rápidos. “A plataforma adaptativa é uma ótima saída para combater a evasão, nivelando os alunos ingressantes nas universidades”, aponta Cláudio. Já Carlos destaca o fato do modelo ser escalável: “no aprendizado da EaD o aluno agrega as experiências de outras pessoas. Ou seja, quanto mais pessoas usarem as plataformas, melhor. Os benefícios vem da escala”.
A ideia é que cada vez mais essas iniciativas saiam do contexto educacional, fazendo parcerias com Instituições não acadêmicas. “Estão sendo planejados para esse ano 12 programas de pós-graduação de instituições de ensino e de instituições reconhecidas pelo mercado”, complementa Carlos.  A Geekie também está investindo em ações voltadas para habilidades profissionais.”Temos projeto de desenvolver cursos especializados, voltados para as provas da OAB”, diz.

A pesquisa realizada pelo MBA da FGV no Rio de Janeiro com empresas da região, sobre as qualidades buscadas em seus colaboradores, de acordo com artigo publicado pelo portal R7,  mostrou que profissionais comhabilidades socioemocionais (também conhecidas como “soft skills” ou habilidades não-cognitivas) são os mais procurados pelas empresas. Tendência que vem crescendo e já resultou na mudança de currículo em algumas universidades (saiba mais aqui).

Em 2010 um estudo inédito foi realizado na América Latina com Argentina, Chile e Brasil,  abordando mais de 1.176 empresas, visando conhecer os jovens do futuro. O Sumário “Desconectados: habilidades, educação e emprego na América Latina” foi feito pela BID Educação e divulgado em 2012. Nele constatou-se que o nível de habilidade socioemocional de uma pessoa não se relaciona totalmente com sua capacidade intelectual, ou vice-versa. Pelo contrário, os profissionais com maiores ganhos no trabalho (como maior participação nas instituições, emprego e salários) tem seu desempenho associado mais às habilidades socioemocionais do que às cognitivas.

Saiba mais sobre habilidades cognitivas e não cognitivas, basta interagir com a imagem

Por isso, trouxe à tona a importância de se entender o papel do sistema educacional e sua contribuição para o desempenho da população no mercado de trabalho. A psicopedagoga Rosangela Tarrida acredita que a desconexão entre universidade e mercado de trabalho acontece principalmente devido a falta de empenho das Instituições de ensino em conciliar teoria, prática, competências e habilidades a serem desenvolvidas em cada curso. “Sabemos que o problema está na base curricular e estrutura que cada instituição oferece ainda nas séries iniciais”.

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Para ela a solução está no trabalho em equipe, dentro das instituições. “Cada um tem o seu papel a ser desenvolvido. O da instituição consiste em buscar alternativas, estratégias junto ao mercado de trabalho, fazendo um link com o conteúdo a ser dado e a prática exigida no dia a dia de cada profissional”, diz.

Soft skills e tecnologia

Sabe-se que o processo de inserção da tecnologia na educação tem se tornado cada vez mais imprescindível. Por isso, pensar em como as startups que envolvem tecnologia e educação e até mesmo como a educação online pode contribuir na qualificação dos profissionais é essencial.

Rosângela também atuou como Coordenadora e tutora de um curso de pedagogia a distância. Para ela a educação online pode ser uma ótima ferramenta para desenvolver habilidades diferenciadas. “O e-learning desenvolve no aluno perseverança e autonomia durante o processo de ensino aprendizagem, ajudando a produzir habilidades não cognitivas, frutos do estudo autônomo e organizado”, afirma.

Além disso, a também psicopedagoga Cecília Iacoponi lembra que a educação hoje “é um movimento de alta competitividade que leva ao individualismo, distanciando os indivíduos de uma ação colaborativa”.  Dessa maneira os profissionais possuem dificuldades na hora de trabalhar em equipe, por exemplo, característica que para Rosângela é uma das principais queixas do mercado: “essa habilidade é a mais  desejada no mercado de trabalho, afinal, dificilmente um profissional consegue realizar seu trabalho sozinho. É preciso aprender a lidar com as pessoas, ser cordial, generoso, afetuoso, confiável e solidário”.
“Os dois lados  (escola-empresa) precisam trabalhar integrados para que estas ações se complementem e cumpram seus objetivos”, fala Cecília. Além disso, Rosângela destaca o papel das instituições de ensino como primordial nesse relacionamento, “estamos diante de um grande desafio, porém, cabe as instituições e educadores inserirem no plano de aula, junto ao conteúdo, atividades que desenvolvam essas habilidades”.
Veja algumas habilidades apontadas pelas especialistas:
E aí, possui as qualidades procuradas pelo mercado de trabalho?

Fonte: http://cloud-ead.programmers.com.br/blog/habilidades-socioemocionais-o-novo-desafio-das-startups-educativas/

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