domingo, 18 de novembro de 2007

Um novo ensino em um novo mundo:


Estamos vivendo em um mundo em rápida transformação. Este é um fato ao qual não podemos nos negar a perceber, pois ele se reflete em nossa vida diária: no trabalho, no lazer, no convívio com as pessoas, nas mais simples atividades em que cada um de nós nos envolve. Nas últimas décadas passaram a fazer parte de nossas vidas instrumentos facilitadores como: os eletrodomésticos caseiros, o celular, os cartões magnéticos, a câmera digital, o xerox, o computador, a impressora, etc... Para o lazer foi incorporado o vídeo game, o dvd, o mp3, I-Pod, a internet com seus recursos de comunicação como os e-mails e as comunidades de relacionamento.
Não podemos como professor “fechar os olhos” para uma mudança de valores, de conceitos que estão surgindo em decorrência das mudanças tecnológicas presentes. É necessário compreender que inevitavelmente um novo paradigma de educação também precisa se estabelecer. Não é possível negar que se as pessoas individualmente seguem um movimento de mudança também é necessária uma mudança no sistema de ensino/aprendizagem.
Precisamos repensar: o que é ensino? O que é aprendizagem? Lembramos o conceito de Educação Bancária de Paulo Freire, onde os alunos são apenas uns “depositários de informações”. Neste caso, há ensino? Há aprendizagem? É necessário repensar este fato relembrando aqueles alunos desmotivados frente a este tipo de aula. E não esquecer, daquelas turmas de alunos onde o professor se esforça em colocar mais qualidade no seu dia-a-dia profissional, pesquisando novas formas de estimulá-los, tornando suas aulas mais dinâmicas e envolventes. Geralmente é um professor que se sente mais estimulado a “produzir” e “viver” uma boa aula. É o efeito ação/reação que se torna claro.
Não é possível, nem eficiente, aprender a utilizar o computador, em uma sala de aula e/ou na preparação de uma aula, sem modificar antes a visão pedagógica deste professor. Somente o seu uso não oferece a garantia de mudança de paradigma da educação, a mudança de valores e conceitos, de estruturação do processo ensino/aprendizagem. É necessário repensar a ética envolvida nele. E isto requer, antes de mais nada, comprometimento de ambos - professor e aluno. O professor deve estar disponível para um aprender constante e ter humildade suficiente para tal. Deve manter um espaço aberto constantemente, estimulando o aluno a construir seus próprios conhecimentos. O computador, servirá apenas como um instrumento, um local aberto, disponível, capaz de oferecer sempre e de maneira ilimitada, informações, possibilidades para tal construção. O aluno fica liberado de tarefas repetitivas, não- participativas, apenas receptivas, de aulas pré-determinadas ano-a-ano, que tornam-se cansativas e desmotivadoras. A simulação de situações em computador, por exemplo, é uma das possibilidades de vivenciar algo que anteriormente só poderia ser analisado e compreendido através da leitura de um texto no livro. Outro aspecto importante é o estímulo à troca, à complementação, ao trabalho grupal. Uma construção onde cada indivíduo e cada colaboração sua é valorizada no grupo e, através dele acrescentada a cada construção individual. O grupo (seja da sala de aula, da escola, entre escolas) enriquece entre si e por si mesmo buscando subsídios na internet. Neste processo o professor é intermediário, mediador, estimulador e reforçador. É uma referência que organiza e avalia a participação, o interesse e o crescimento conseqüente do processo de cada um dos seus alunos.
A internet hoje incorporada também na vida profissional do professor, é algo que, se for utilizado com orientação pedagógica, é enriquecedor para todos os envolvidos. Trabalha em seu contexto a ética humana, valores de convivência em grupo, colaboração e cooperação, responsabilidade, valorização das individualidades, reconhecimento das capacidades, do potencial de cada um, estando inserido no contexto atual mundial, atendendo as necessidades de evolução, de crescimento pessoal e profissional. Esta máquina, o computador com os recursos da internet, por mais eficiente e infinita que sejam suas possibilidades, jamais substituirá a função e a presença do professor, pois este é dotado de sentimento e criatividade, o que o faz único e insubstituível. Sem ele o computador torna-se um instrumento incompleto.

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