O uso de tecnologias na educação brasileira mais uma do que uma revolução, como muitos vêm acreditando, e não resolve problemas graves do sistema, como o acesso e a qualidade do ensino, além da evasão escolar. Além disso, a crença predominante de que a utilização das novas tecnologias na escola é uma forma de modernizar as aulas para prender a atenção dos alunos, familiarizados com essas tecnologias, impede o debate e análise crítica sobre o tema. Essas são algumas das conclusões da pesquisadora Michelle Prazeres, autora de tese de doutorado sobre o uso de tecnologias na educação, desenvolvida na Faculdade de Educação da USP.
A pesquisadora analisou matérias veiculadas na grande imprensa, textos acadêmicos, documentos da Secretaria da Educação e relatórios da empresa Microsoft, que desenvolve projetos educacionais em parceria com o Poder Público, em busca da motivação de cada envolvido. “Especificamente, o Estado tem interesse em propagandear ações de implantação de equipamentos nas escolas”, aponta. As empresas, por sua vez, são motivadas pelo desejo de formar público consumidor para seus produtos tecnológicos. Michelle Prazeres pretende dar continuidade à pesquisa, desta vez para verificar se tudo o que é dito vem sendo aplicado. “Embora haja um grande consenso já consolidado, sabe-se que enquanto algumas escolas passaram por uma transformação do contexto escolar, em outras o equipamento permanece às vezes trancado, sem uso, com dificuldades para sua utilização”, ressalta.
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